Será o Ectoplasma Um Fluído Vital?

Será o Ectoplasma Um Fluído Vital

Será o Ectoplasma Um Fluído Vital?

Será o Ectoplasma um Fluido Vital? Este assunto decerto é muito vasto e demanda muito estudo e experienciações, assim como não existe uma maneira certa de aplicação da magnetização nas terapêuticas espíritas.

Não obstante pretendermos neste momento tecer alguns comentários sobre o ectoplasma, sem, contudo, se ter a pretensão de esgotar o assunto, gostaríamos de lembrar uma coisa: o espiritismo é ciência, filosofia e religião.

Por este tríplice aspecto estruturante é que devemos considerar que o método, fruto de experiências, e que alcançou um resultado satisfatório ao grupo que o desenvolveu, não é soberano sobre as outras práticas espíritas ou não, visto que estas também alcançaram resultados semelhantes.

Será que a Metodologia Espírita é mais eficiente que outras práticas?

A diferença entre o espiritismo e outras práticas energéticas é que o espiritismo associa ciência à moral.

O espiritismo tem um caráter específico em sua prática, o que não implica que nele se encontre mais amor do que na ação de um curandeiro natural ou de um terapeuta profissional.

O amor está intrinsicamente relacionado à condição moral do indivíduo, seja espírita ou não.

Desta forma dizer que a prática espírita funciona melhor ou não, se comparada com outras práticas terapêuticas é uma questão de mera retórica dentro das agremiações espiritistas e, portanto, sua discussão seria irrelevante.

O que é verdadeiramente relevante é a consideração de que os princípios norteadores da doutrina espírita são: Ciência, Filosofia e Religião -, lembrando que sem ciência a doutrina não acompanhará a evolução natural da vida.

Qual é a posição da Ciência dentro da doutrina espírita?

Destarte, como já o dissemos, nesta ordem, temos indiscutivelmente que a ciência é inegavelmente indispensável à evolução da metodologia espírita.

Tanto o é verdadeiro este conceito dentro dos aspectos metodológicos espiritistas que a todo tempo, inconscientemente, em nossas conversações sobre a vida moral ou filosófica mencionamos termos como:

  • energia;
  • sintonia;
  • vibração;
  • fluído;
  • magnetismo, etc.

E o que estamos a citar, intrinsicamente, são terminologias inculcadas no inconsciente coletivo que se referem à primeira pilastra estruturante da doutrina dos espíritos: A Ciência.

Acontece, entretanto, que a ciência não deverá ser mera retórica no espiritismo, é algo que exige estudos sistemáticos e constantes.

Temos visto na história infindáveis mudanças de opinião sobre teses científicas, e com o espiritismo não deveria ser diferente, não é verdade?

Será o Ectoplasma um Fluido Vital – A Inflexibilidade dos Métodos

Entretanto é quase impossível, muita vez, se propor um estudo mais aprofundado quando vimos alguns métodos costumeiramente aplicados na terapêutica espírita não redundarem num resultado desejável para casos de natureza aparentemente semelhantes.

Utilizando a mesma metodologia e aguardando que ocorra a repetição dos mesmos resultados, sem considerar o impositivo da lei de impermanência, basicamente o que fazemos é aplicar a regra: “time que está ganhando não se mexe!”

Isto seria profícuo quando em um cenário de 100% de eficiência em nossos métodos, só que isso não acontece!

Pense por um instante:

  • “Quando este percentual de resultados foi comprovado em qualquer prática terapêutica, espiritista ou não?”
  • “Quantas pessoas simplesmente abandonam a terapêutica espírita?”
  • “Por que realmente estas pessoas abandonam a terapêutica espírita?”
  • “O que aconteceu? Melhoraram ou não?”
  • “Se não melhoram o problema é apenas delas ou também é nosso?”
  • “Poderiamos ter feito algo a mais? Se sim, faltou competência?”

E só não acontece um percentual absoluto de eficácia porque todos os fenômenos conhecidos são de duas espécies: efeitos físicos e efeitos inteligentes.

Ambos os fenômenos respeitam a lei da impermanência ou progresso, e o que nos compete é o acompanhamento de suas mudanças.

Acredite, nenhuma metodologia rígida poderá assegurar o controle efetivo sobre quaisquer dos fenômenos (físicos ou inteligentes), como dissemos, há alguns casos que deverão ser analisados particular e criteriosamente.

Pelo que sabemos, até o momento, todas as perturbações são frutos de desordem endógena (psicoemocionais) ou de causas exógenas (ambientais, virus, bactérias, obsessões, etc) e precisam ser estudas caso a caso continuamente.

Se não houvesse a intercorrência dos fenômenos inteligentes ou psíquicos, possivelmente não estaríamos comprometidos em alertar sobre a necessidade de monitorarmos e aprimorarmos nossa metodologia sempre que se fizer necessário.

Bem que gostaríamos de nos estender sobre a pertinência do aprimoramento de nossos métodos, no entanto, nosso tema é: “Ectoplasma é um Fluido Vital” -, e a este retornaremos.

Um Fluído Vital Chamado Ectoplasma – Livro de Matthieu Tubino

Tubino admite não experimentar o magnetismo com a mesma proposta espírita de Jacob Melo e outros experimentadores.

Diferente de José Herculano Pires, Tubino, em o Livro Um Fluido Vital Chamado Ectoplasma, acredita que qualquer experimentação possa ser realizadas em ambientes controlados distintos daqueles bem aparelhados cientificamente, desde que respeitados as etapas necessárias, cujas quais lembramos serem:

As etapas do método científico envolvem:

  • observação;
  • questionamento;
  • construção de hipóteses;
  • experimentação;
  • análise das hipóteses;
  • conclusão.

Diz Tubino – autor do livro “Um Fluído Vital Chamado Ectoplasma” -, em uma de suas palestras a qual tivemos a oportunidade de assistir que, no final das contas, ectoplasma, fluído vital, qi, força ódica, todos são termos utilizados para definir uma mesma coisa.

Embora este fluído possa servir à produção de inúmeros fenômenos, atualmente no seio espiritista somente conhecemos alguma coisa, bem pouco, daquilo que se relaciona às manifestações físicas e a cura.

Ectoplasma é um Fluido Vital – Outras Evidências

Na história, em meados do século XIX, o Barão Von Reichenbach investigou a maneira pela qual o sistema nervoso humano poderia ser afetado por várias substâncias.

Ele concebeu a existência de uma nova força aliada à eletricidade, magnetismo e calor, uma força que ele pensava ser irradiada pela maioria das substâncias e cuja influência da qual diferentes pessoas são sensíveis de várias maneiras. Ele chamou esse conceito vitalista de força ódica.

Os conceitos de Tubino e Reichenbach coadunam com a questão de número 65 de O Livro dos Espíritos:

P: O princípio vital reside em alguns dos corpos que conhecemos?

R: “Ele tem por fonte o fluido universal. É o que chamais fluido magnético, ou fluido elétrico animalizado. É o intermediário, o elo entre o espírito e a matéria.”

Esta questão faz bem claramente a distinção entre princípio vital e fluído universal, sendo o primeiro o princípio inteligente que anima os seres vivos e o segundo a fonte da vitalidade.

O fluido vital, portanto, seria uma derivação ou modificação desse último, cujas propriedades eletromagnéticas são características ou caracterizadas pelos processos fisiológicos humanos.

Acontece que as teses para cada um dos fenômenos da vida são frutos da necessidade individual dos pesquisadores de dar explicação à sua gênese ou causalidade, portanto, cada experimentador propõe uma nomenclatura de acordo com a sua compreensão do fenômeno que é de ordem particular.

Por exemplo, na milenarmente conhecida medicina chinesa, o fluído promotor da atividade do corpo humano (fluído vital) tem o nome de Qi, e que está presente no Xue (sangue), sendo levado por condutos etéreos chamados meridianos a todas as células biopsíquicas, similarmente aos conceitos anteriormente apresentados.

Ectoplasma é um Fluido Vital – A origem da terminologia

Lembramos que o termo ectoplasma nunca foi utilizado por Allan Kardec em nenhuma de suas pesquisas ou obras, este foi cunhado pelo médico fisiologista Charles Richet – prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1913.

É por isso que sua utilização em meio às conversações e palestras no espiritismo, requererá sempre prévio conhecimento, devidamente estruturado em estudos e pesquisas sérias, preferencialmente em grupo.

Comecemos então pela introdução de O Livro dos Espíritos, onde temos a explicação de que:

“o princípio vital é o princípio da vida material e orgânica, e qualquer que seja a fonte donde promane, tal princípio é comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem.”

“Ele esclarece ainda que poderá haver vida com exclusão da faculdade de pensar, portanto, o princípio vital é coisa distinta e independente.”

“Diz ainda que, segundo outros, e esta é a ideia mais comum, ele reside em um fluido especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz.”

“Esse seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido elétrico animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etc.”

Um Fluído Chamado Ectoplasma – Outras Pesquisas

Com Kardec o posicionamento de Richet enquanto fisiologista faz ainda maior sentido.

Isto porque uma vez absorvido pelos seres vivos o fluído universal passa à característica de fluído animalizado, recebendo outras denominações como já vimos: fluído magnético ou elétrico, conquanto, sua principal característica é a de servir de intermediário entre o espírito e a matéria.

Deduzimos que Richet utilizou de seus conhecimentos para cunhar a denominação de ectoplasma a esse mesmo elemento vital, porquanto, este flui junto ao sangue onde o plasma é o meio líquido mais fluído a leva-lo por todos os escaninhos biopsiquicos.

E isto acontece porque o plasma possui 90% de elemento aquoso, além de proteínas, fatores de coagulação, sais, lipídios, hormônios e vitaminas; o que prove recursos aos fenômenos de cura, além dos fenômenos de materialização.

O Ectoplasma e as Manifestações Espontâneas

Se há dúvidas a este respeito, lembremos de que as materializações, mesmo as espontâneas, não acontecem sem a intervenção dos espíritos, e que o ectoplasma é apenas uma parte dos elementos utilizados para a produção dos fenômenos.

Não vamos nos estender também neste assunto sobre manifestações físicas, porquanto queremos é provocar reflexões sobre o fluído animalizado ou ectoplasma que para nós, segundo as referências de pesquisas ora apresentadas é a mesma coisa.

Só nos adiantamos a dizer que as manifestações físicas não são passiveis de acontecer salvo em condições especiais e com a intervenção de uma inteligência externa que ao ectoplasma acresce outros elementos da natureza, de acordo com sua proposta de utilização.

E se hoje não temos fenômenos de materialização com a mesma frequência de outrora, é simplesmente porque a evolução moral dos homens já não carece de ser impressionada por esta ordem de fenômenos, conquanto o fluído animalizado ou ectoplasma é utilizado em todos os fenômenos espíritas sob o nome de magnetismo.

Mesmo entre os espíritos perturbadores ou obsessores há o reconhecimento de técnicas muito mais eficazes ou melhor elaboradas do que o intento de ferir fisicamente os homens.

São técnicas científicas e aprimoradas de indução mental e utilização de recursos fluídicos que vemos, por exemplo, em o livro de André Luiz: Ação e Reação.

A manifestações físicas acontecem naturalmente mesmo entre espíritos que desconhecem o processo – vide Revista Espírita 1859 – O Caso da Tabaqueira.

No parágrafo anterior mencionamos o artigo denominado “O Caso da Tabaqueira”, mas também é importante ler “Um Caso de Possessão – Srta Julia”, onde um jovem e poderoso magnetista é ridicularizado por Fredegunda – espírito vingativo que se revitaliza por todos os recursos fluídicos que o magnetista lançou mão com o propósito de afastá-la de Julia.

Um Fluido Chamado Ectoplasma – Fluidos Segundo Edgard Armond

Uma das obras essenciais do espiritismo, ao menos entre os membros da Aliança Espírita Evangélica é o livro “Passes e Radiações – Métodos Espíritas de Cura”.

Nesta obra, no capítulo 8 – Estudo dos Fluídos – o autor Edgard Armond, diz claramente que o termo fluído é genérico para designar a força operante das curas, nos tratamentos pelos passes e nas operações mediúnicas.

Nisto o autor inclui os trabalhos comuns de efeitos físicos, portanto, claramente ele se refere, ainda que indiretamente, ao ectoplasma como o mesmo elemento fluídico da questão 65 de O Livro dos Espíritos.

Mas será que é o mesmo fluido vital?

Adiante ele reafirma:

“O termo fluido é genérico e indica as emanações, as radiações físicas ou orgânicas provindas de outras pessoas no ambiente em que se situa o doente, ou de Espíritos desencarnados. O fluido provindo de uma pessoa encarnada nada mais é que magnetismo humano, emanação de matéria orgânica, força animal existente ou decorrente da atividade das células que formam o corpo físico.”

Trabalhos de Cura na Casa Espírita

Muitos espiritistas creem não poderem instituir trabalhos de cura sem que hajam médiuns potencialmente aptos à doação de ectoplasma – o que é uma pena -, mas vimos que todos podem doar em pequena quantidade este fluído próprio a todos do seres orgânicos.

Destarte, os trabalhos de cura podem sim ser criados em qualquer núcleo espírita ou não, onde a seriedade, o estudo e a ética serão os fatores da estrutura para o trabalho. Nosso entendimento se baseia em O Evangelho Segundo o Espiritismo (capítulo 26:10 – Mediunidade Gratuita):

O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos.
O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos (grifo nosso); não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam.

Grifamos para mostrar que os bons espíritos associam aos nossos parcos recursos fluídicos, ou ectoplasmáticos, aquilo de mais salutar para o intento curativo.

Conclusão:

Após esta citação temos que, assim como Tubino, Edgard Armond deixa claro que é o mesmo fluído magnético, animalizado que sustem a vida dos seres corpóreos e que é derivado do fluído universal, todos possuímos e todos doamos.

Mas se ainda resta alguma dúvida sobre o ectoplasma, se você ainda crê que seja uma substância nova, distinta do fluído vital, recomendo a leitura do livro Perispírito de Zalmino Zimmermam.

No livro acima recomendado haverá menção sobre o duplo etérico, sendo uma de suas funções desse corpo sutil, caracterizada como um reservatório de fluído vital ou ectoplasma, como preferir chamar.

O assunto não se esgota com este artigo e recomendo bastante estudo para que compreenda inclusive as sensações que acontecem com você na câmara de passes.

Nisto incluímos eventuais desconfortos na região abdominal, frequentemente mencionados ao final dos trabalhos mediúnicos e que dizem respeito à movimentação do seu fluxo de vitalidade em processos de doação voluntário ou involuntária.

Assista também o vídeo: “Espiritismo Sem a Ciência: Como Acontece seu Aprimoramento”

Bons estudos!

Compartilhe nas Redes Sociais

Sidney Cabral

Sidney Cabral

Educador e Pesquisador Espírita

Comente sobre o artigo

Ajude-nos a manter o Site

Compre nosso livro a preço de custo direto da Editora UICLAP, assim você garante a permanência do site no ar

Post mais acessados

error: Content is protected !!