Será o Ectoplasma Um Fluído Vital?
Será o Ectoplasma um Fluido Vital? Este assunto decerto é muito vasto e demanda muito estudo e experienciações, assim como não existe uma maneira certa de aplicação da magnetização nas terapêuticas espíritas.
Não obstante pretendermos neste momento tecer alguns comentários sobre o ectoplasma, sem, contudo, se ter a pretensão de esgotar o assuntoEctoplasma é um termo que intriga tanto curiosos quanto estudiosos do espiritismo e fenômenos paranormais.
A palavra vem do grego “ektos”, que significa “exterior”, e “plasma”, que significa “molde”. Ou seja, ectoplasma se refere a algo que é “modelado fora do corpo”.
No contexto espiritualista, trata-se de uma matéria quase etérica, ou inteiramente etérica, que se desprende ou exsuda de médiuns durante manifestações espirituais.
Essa substância é vista como fundamental para a ocorrência de fenômenos como materializações, levitações, e até mesmo as chamadas “mesas girantes”, que fizeram parte de muitas sessões mediúnicas ao longo da história.
Mas o que torna o ectoplasma tão especial? Ele é considerado uma ponte entre o mundo espiritual e o físico, permitindo que espíritos e outras entidades façam uso dessa matéria para interagir de forma palpável com o nosso plano.
Um dos principais estudiosos a se debruçar sobre o ectoplasma e os fenômenos espirituais foi o doutor W. J. Crawford, um cientista natural que dedicou grande parte de sua carreira à pesquisa de fenômenos psíquicos.
Em seus livros *The Reality of Psychic Phenomena*, publicado em 1916, *Experiments in Psychical Science*, de 1918, e *Psychic Structures*, de 1921, Crawford descreve com detalhes as experiências que realizou com médiuns.
Crawford estudou principalmente fenômenos de levitação e pancadas de mesa, também conhecidas como “raps”, durante sessões mediúnicas.
Ele acreditava que o ectoplasma desempenhava um papel central nesses fenômenos. Segundo suas pesquisas, o ectoplasma era liberado pelo médium e formava uma espécie de “estrutura” invisível, que se conectava fisicamente a objetos como mesas, permitindo que fossem erguidos sem qualquer contato visível.
Para ele, essa estrutura era invisível, mas podia ser percebida em certos momentos, quando as condições do ambiente permitiam.
Os fenômenos de pancadas de mesa, ou raps, também foram alvo das pesquisas de Crawford. Essas pancadas eram sons que, supostamente, os espíritos faziam ao bater em mesas ou outros objetos, como uma forma de comunicação com os presentes.
Assim como no caso das levitações, Crawford acreditava que o ectoplasma era a chave para que essas pancadas ocorressem, solidificando-se temporariamente para criar o som ou a vibração necessários para gerar as batidas.
O que é interessante nas pesquisas de Crawford é o detalhamento minucioso que ele trouxe à investigação dos fenômenos psíquicos. Suas observações levantam hipóteses que, até hoje, geram debates entre espiritualistas e céticos.
Segundo ele, o ectoplasma é uma substância essencial para que os espíritos possam interagir com o plano físico.
Sem ele, muitos dos fenômenos de materialização, levitação e movimentação de objetos simplesmente não seriam possíveis.
No entanto, a pesquisa sobre ectoplasma não ficou isenta de críticas. Durante o século XX, muitos pesquisadores e cientistas mostraram ceticismo em relação a esses fenômenos.
Houve casos documentados de fraudes em sessões mediúnicas, onde médiuns usavam truques para simular o ectoplasma e os fenômenos espirituais.
Isso levantou dúvidas sobre a autenticidade de muitas experiências relacionadas ao ectoplasma.
Ainda assim, as pesquisas de Crawford deixaram um legado importante. Embora alguns fenômenos tenham sido desacreditados, suas investigações sobre o ectoplasma permanecem como uma contribuição relevante para o estudo dos fenômenos psíquicos e da mediunidade.
O ectoplasma continua sendo uma área de interesse para estudiosos do espiritismo e da parapsicologia. Em muitas abordagens espiritualistas, acredita-se que o ectoplasma seja utilizado em várias formas de manifestações mediúnicas, desde materializações de entidades até curas espirituais.
A ideia de que ele serve como uma substância moldável, manipulada pelos espíritos ou pelo médium, segue fascinando pessoas em busca de uma compreensão mais profunda das interações entre o mundo físico e o espiritual.
Constatou-se que a maior parte do ectoplasma se obtém comumente de um médium com potencial elevado de doação, embora seja suplementado por uma pequena porção extraída de todos ou da maioria dos presentes à sessão.
Conquanto completamente invisível à vista comum, o ectoplasma pode, às vezes, ser perceptível ao tato. É descrito como viscoso, réptílico, frio, quase oleoso, como se a atmosfera estivesse impregnada de partículas de matéria morta e desagradável.
Então, afinal, o que podemos tirar dessas pesquisas? A ideia de que existe uma substância invisível, que pode ser manipulada para criar fenômenos aparentemente impossíveis, continua a inspirar questionamentos sobre os limites da ciência, da espiritualidade e da nossa compreensão sobre a natureza da realidade.
Para alguns, o ectoplasma é uma evidência clara de que há mais entre o céu e a Terra do que podemos ver ou provar cientificamente. Para outros, esses fenômenos podem ter explicações ainda desconhecidas ou simplesmente serem ilusões criadas pela mente humana.
O fato é que o ectoplasma, com toda a sua aura de mistério e suas possíveis implicações, continua a ser um dos temas mais intrigantes no campo do espiritismo e dos estudos psíquicos.
Sejam reais ou não os fenômenos, o ectoplasma nos desafia a olhar além do que é visível, e a considerar a possibilidade de que o desconhecido sempre estará presente em nossa busca por respostas sobre o mundo que nos cerca.
Esse texto fornece informações sobre ectoplasma, fenômenos mediúnicos e o trabalho de W. J. Crawford.
Qual é a posição da Ciência dentro da doutrina espírita?
Temos indiscutivelmente que a ciência é inegavelmente indispensável à evolução da metodologia espírita.
Tanto o é verdadeiro este conceito dentro dos aspectos metodológicos espiritistas que a todo tempo, inconscientemente, em nossas conversações sobre a vida moral ou filosófica mencionamos termos como:
- energia;
- sintonia;
- vibração;
- fluído;
- magnetismo, etc.
Um Fluído Vital Chamado Ectoplasma – Livro de Matthieu Tubino
Tubino admite não experimentar o magnetismo com a mesma proposta espírita de Jacob Melo e outros experimentadores.
Diferente de José Herculano Pires, Tubino, em o Livro Um Fluido Vital Chamado Ectoplasma, acredita que qualquer experimentação possa ser realizadas em ambientes controlados distintos daqueles bem aparelhados cientificamente, desde que respeitados as etapas necessárias, cujas quais lembramos serem:
As etapas do método científico envolvem:
- observação;
- questionamento;
- construção de hipóteses;
- experimentação;
- análise das hipóteses;
- conclusão.
Diz Tubino – autor do livro “Um Fluído Vital Chamado Ectoplasma” -, em uma de suas palestras a qual tivemos a oportunidade de assistir que, no final das contas, ectoplasma, fluído vital, qi, força ódica, todos são termos utilizados para definir uma mesma coisa.
Embora este fluído possa servir à produção de inúmeros fenômenos, atualmente no seio espiritista somente conhecemos alguma coisa, bem pouco, daquilo que se relaciona às manifestações físicas e a cura.
Ectoplasma é um Fluido Vital – Outras Evidências
Na história, em meados do século XIX, o Barão Von Reichenbach investigou a maneira pela qual o sistema nervoso humano poderia ser afetado por várias substâncias.
Ele concebeu a existência de uma nova força aliada à eletricidade, magnetismo e calor, uma força que ele pensava ser irradiada pela maioria das substâncias e cuja influência da qual diferentes pessoas são sensíveis de várias maneiras. Ele chamou esse conceito vitalista de força ódica.
Os conceitos de Tubino e Reichenbach coadunam com a questão de número 65 de O Livro dos Espíritos:
P: O princípio vital reside em alguns dos corpos que conhecemos?
R: “Ele tem por fonte o fluido universal. É o que chamais fluido magnético, ou fluido elétrico animalizado. É o intermediário, o elo entre o espírito e a matéria.”
Esta questão faz bem claramente a distinção entre princípio vital e fluído universal, sendo o primeiro o princípio inteligente que anima os seres vivos e o segundo a fonte da vitalidade.
O fluido vital, portanto, seria uma derivação ou modificação desse último, cujas propriedades eletromagnéticas são características ou caracterizadas pelos processos fisiológicos humanos.
Acontece que as teses para cada um dos fenômenos da vida são frutos da necessidade individual dos pesquisadores de dar explicação à sua gênese ou causalidade, portanto, cada experimentador propõe uma nomenclatura de acordo com a sua compreensão do fenômeno que é de ordem particular.
Por exemplo, na milenarmente conhecida medicina chinesa, o fluído promotor da atividade do corpo humano (fluído vital) tem o nome de Qi, e que está presente no Xue (sangue), sendo levado por condutos etéreos chamados meridianos a todas as células biopsíquicas, similarmente aos conceitos anteriormente apresentados.
Ectoplasma é um Fluido Vital – A origem da terminologia
Lembramos que o termo ectoplasma nunca foi utilizado por Allan Kardec em nenhuma de suas pesquisas ou obras, este foi cunhado pelo médico fisiologista Charles Richet – prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1913.
É por isso que sua utilização em meio às conversações e palestras no espiritismo, requererá sempre prévio conhecimento, devidamente estruturado em estudos e pesquisas sérias, preferencialmente em grupo.
Comecemos então pela introdução de O Livro dos Espíritos, onde temos a explicação de que:
“o princípio vital é o princípio da vida material e orgânica, e qualquer que seja a fonte donde promane, tal princípio é comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem.”
“Ele esclarece ainda que poderá haver vida com exclusão da faculdade de pensar, portanto, o princípio vital é coisa distinta e independente.”
“Diz ainda que, segundo outros, e esta é a ideia mais comum, ele reside em um fluido especial, universalmente espalhado e do qual cada ser absorve e assimila uma parcela durante a vida, tal como os corpos inertes absorvem a luz.”
“Esse seria então o fluido vital que, na opinião de alguns, em nada difere do fluido elétrico animalizado, ao qual também se dão os nomes de fluido magnético, fluido nervoso, etc.”
Um Fluído Chamado Ectoplasma – Outras Pesquisas
Com Kardec o posicionamento de Richet enquanto fisiologista faz ainda maior sentido.
Isto porque uma vez absorvido pelos seres vivos o fluído universal passa à característica de fluído animalizado, recebendo outras denominações como já vimos: fluído magnético ou elétrico, conquanto, sua principal característica é a de servir de intermediário entre o espírito e a matéria.
Deduzimos que Richet utilizou de seus conhecimentos para cunhar a denominação de ectoplasma a esse mesmo elemento vital, porquanto, este flui junto ao sangue onde o plasma é o meio líquido mais fluído a leva-lo por todos os escaninhos biopsiquicos.
E isto acontece porque o plasma possui 90% de elemento aquoso, além de proteínas, fatores de coagulação, sais, lipídios, hormônios e vitaminas; o que prove recursos aos fenômenos de cura, além dos fenômenos de materialização.
Um Fluido Chamado Ectoplasma – Fluidos Segundo Edgard Armond
Uma das obras essenciais do espiritismo, ao menos entre os membros da Aliança Espírita Evangélica é o livro “Passes e Radiações – Métodos Espíritas de Cura”.
Nesta obra, no capítulo 8 – Estudo dos Fluídos – o autor Edgard Armond, diz claramente que o termo fluído é genérico para designar a força operante das curas, nos tratamentos pelos passes e nas operações mediúnicas.
Nisto o autor inclui os trabalhos comuns de efeitos físicos, portanto, entendemos que ele se refira, ainda que indiretamente, claramente ao ectoplasma como o mesmo elemento fluídico da questão 65 de O Livro dos Espíritos.
Mas será que é o mesmo fluido vital?
Adiante ele reafirma:
“O termo fluido é genérico e indica as emanações, as radiações físicas ou orgânicas provindas de outras pessoas no ambiente em que se situa o doente, ou de Espíritos desencarnados. O fluido provindo de uma pessoa encarnada nada mais é que magnetismo humano, emanação de matéria orgânica, força animal existente ou decorrente da atividade das células que formam o corpo físico.”
Trabalhos de Cura na Casa Espírita
Muitos espiritistas creem não poderem instituir trabalhos de cura sem que hajam médiuns potencialmente aptos à doação de ectoplasma – o que é uma pena -, mas vimos que todos podem doar em pequena quantidade este fluído próprio a todos do seres orgânicos.
Destarte, os trabalhos de cura podem sim ser criados em qualquer núcleo espírita ou não, sem a presença de médium com alto potencial para doação, onde a seriedade, o estudo e a ética serão os fatores da estrutura para o trabalho.
Assista também o vídeo: “Espiritismo Sem a Ciência: Como Acontece seu Aprimoramento”
Bons estudos!