Espírito: O Desenvolvimento da Infância à Plenitude
Desde os primórdios de sua formação, o Espírito não desfruta imediatamente da plenitude de suas faculdades.
O Espírito passa por estágios de desenvolvimento, começando por uma fase inicial puramente instintiva e de crescimento gradual em direção à maturidade espiritual.
Espírito: Sua Origem Instintiva
Conforme ensinado em “O Livro dos Espíritos”, uma obra fundamental da Doutrina Espírita, o Espírito não surge plenamente desenvolvido, mas sim em um estado instintivo – princípio inteligente -, comparável à infância humana, portanto, desprovido de experiências passiveis de prover processos de cognição.
Nesse estágio inicial, o Espírito está apenas começando sua jornada de aprendizado e evolução, e suas faculdades ainda não estão completamente desenvolvidas.
Paralelos com a Vida Humana
Assim como uma criança humana passa por um período de crescimento e desenvolvimento antes de alcançar a maturidade, o Espírito também atravessa estágios de evolução.
Nestes estágios, indispensavelmente, incluem-se todas as experiências de aprendizado, autodescoberta e aprimoramento de suas habilidades espirituais decorrentes dos períodos de vida corpórea e extracorpórea.
Espírito e seu Processo de Evolutivo
Ao longo de suas múltiplas encarnações, o Espírito progride gradualmente, adquirindo conhecimento, sabedoria e virtude.
Cada vida vivida proporciona novas oportunidades de crescimento e aprimoramento, permitindo que o Espírito avance em sua jornada em direção à plenitude de suas faculdades intelectivas e espirituais.
Portanto, ao considerarmos a pergunta sobre se o Espírito desfruta da plenitude de suas faculdades desde o início de sua formação, a resposta é não.
É através de um processo contínuo de evolução espiritual que o Espírito alcança seu potencial máximo e atinge a maturidade espiritual, saindo, portanto, da interação instintiva com a vida de relação para um estado de consciência cada vez mais evoluído até atingir a perfeição.
Preparando uma Existência Futura mais Confortável: A Importância da Atuação Humana no Presente
Na jornada espiritual delineada em “O Livro dos Espíritos”, uma pergunta crucial é levantada: Será possível para o homem, durante sua vida atual, preparar-se para uma existência futura menos repleta de adversidades?
A resposta é encorajadora: sim, é possível. O homem tem o poder de moldar seu próprio destino espiritual, reduzindo as dificuldades que enfrentará no caminho.
Espírito e a Importância da Preparação Ativa
O Espírito que responde à pergunta ressalta que o homem pode, de fato, influenciar o curso de sua existência futura através de suas ações no presente.
Ao agir com diligência, sabedoria e virtude, o homem pode minimizar as dificuldades que encontrará em sua jornada espiritual.
Este ensinamento ressalta a importância da preparação ativa e consciente para o futuro, em vez de simplesmente aceitar passivamente os desafios que possam surgir.
Esta explicação é um verdadeiro refrigério para as consciências que se veem acrisoladas no equívoco do paradigma do carma como sendo uma destinação inalterável e que se deva aceitar.
A própria doutrina espírita não nos recomenda o sentar de braços cruzados e aceitar qualquer coisa ou circunstancia passivamente, muito pelo contrário, ensina-nos a resignação sobre aquilo que é educativo e necessário que experimentemos.
Nesta conceituação se encontram as expiações e as provas. A primeira de caráter meramente educativo, que poderá ser minimizada à medida em que seu objetivo – o aprendizado – vai se perpetrando.
Naturalmente, como o próprio nome sugere, a segunda – as provas – remetem à necessidade de consolidar ou confirmar o propósito de mudança assumido conscientemente pelo indivíduo a partir de seu aprendizado sobre as escolhas mais justas e úteis para sí e para os outros.
Portanto em expiação e provas não nos confundamos com a ideologia do código de Hamurabi:
O Código de Hamurabi, na história, foi o primeiro código de leis; vigorou na Mesopotâmia e que atualmente corresponde aos territórios do Iraque, Irã e Jordânia, no Oriente Médio. Quando Hamurabi governou o primeiro império babilônico, entre 1792 e 1750 a.C. Esse código se baseava na Lei do Talião, que punia um criminoso de forma semelhante ao crime cometido, ou seja, “olho por olho, dente por dente”.
Reduzindo as Adversidades do Caminho
Assim, embora seja impossível evitar completamente todos os desafios e provações da vida, é possível diminuir sua extensão e intensidade através de uma vida bem vivida.
O homem que busca o crescimento espiritual, pratica a bondade, a justiça e a compaixão, e procura aprender com suas experiências está, de fato, preparando-se para uma existência futura mais suave e gratificante.
O Papel da Ação Consciente
A mensagem transmitida é clara: a complacência não é uma opção para aqueles que desejam moldar seu próprio destino espiritual.
Apenas aqueles que se esforçam para avançar, que estão dispostos a aprender e crescer, podem esperar uma existência futura menos prenhe de amarguras.
A chave para uma vida futura mais satisfatória reside na ação consciente e na busca constante pela melhoria espiritual.
Portanto, ao considerarmos a questão de se é possível para o homem preparar-se para uma existência futura menos prenhe de amarguras, a resposta é afirmativa.
Através de suas ações no presente, o homem pode influenciar significativamente o curso de sua jornada espiritual, reduzindo as dificuldades que encontrará no caminho.
É através da diligência, da sabedoria e da prática da virtude que o homem pode moldar seu próprio destino espiritual e criar uma existência futura mais harmoniosa e gratificante.
Resumidamente: Sua destinação está em suas próprias mãos!